Uma equipa internacional de astrônomos descobriu, com surpresa, uma rara emissão de laser proveniente da distante e “inconfundível” Nebulosa da Formiga

A emissão foi detetada pelo observatório Herschel da Agência Espacial Europeia e está a ser encarada pelos cientistas como uma pista preciosa e rara sobre o que se passa no centro da “espetacular” Nebulosa da Formiga, na constelação de Norma a cerca de 3 mil anos luz da Terra.

Nebulosa da Formiga” ou “Nebulosa da Formiga”,

                         onde rajadas misteriosas detectadas parecem avisar que o aglomerado está escondendo um sistema de estrelas duplas dentro dele.

Explosões como essa geralmente são associadas à morte de uma estrela; no entanto, até agora os cientistas não foram capazes de determinar a causa real deste evento. Este fenômeno foi visto usando o observatório espacial Herschel da Agência Espacial Européia.

A Nebulosa da Formiga é uma dessas nuvens de poeira, hidrogénio, hélio e outros gases ionisados e a emissão de laser agora detetada sugere que o seu formato original – que lhe valeu o nome informal – esconde um segredo sobre a morte da sua estrela.

Quando estrelas semelhantes ao nosso Sol, isto é, de peso médio, chegam ao fim da sua vida, tornam-se estrelas anãs brancas muito densas.

Durante este processo, eles lançam os restos de gás e poeira no espaço, gerando um efeito caleidoscópio, que pode ser visto em qualquer ponto do Universo.

E agora os cientistas descobriram que esse processo é muito mais dramático do que eles pensavam. Enquanto ejetam o material de suas camadas externas, as estrelas também ejetam lasers de grande potência.

Detectamos um tipo de emissão muito rara chamada emissão de laser de recombinação de hidrogénio, que só é produzida num espetro muito estreito de condições físicas”,

                  explica Isabel Aleman, principal autora do artigo onde é descrita a descoberta. Para ocorrer este tipo de emissões é necessária a existência de um gás muito denso (10 mil vezes mais denso que o gás numa nebulosa típica) junto à estrela.

Ora as regiões espaciais junto a uma estrela morta são normalmente vazias porque o seu material foi ejetado para fora. Isto quer dizer que não é o caso do centro da Nebulosa da Formiga.

Albert Zijlstra, co-autor do artigo, diz que a única forma de manter um gás tão denso junto a uma estrela é se estiver orbitando em disco para haver um gás destes em órbita é a existência de uma segunda estrela, que até agora os astrónomos ainda não conseguiram observar.

Este estudo sugere que a inconfundível Nebulosa da Formiga, como a vemos hoje, foi criada pela natureza complexa de um sistema estelar binário, que influencia a forma, propriedades químicas e evolução nestes estágios finais da vida de uma estrela,” diz Göran Pilbratt, Cientista do projeto Herschel da ESA.

A existência de lasers no espaço foi sugerida precisamente pelo astrónomo Donald Menzel, o primeiro a observar e classificar a Nebulosa da Formiga nos anos 20 (o seu nome oficial é Menzel 3, por isso), bem antes da descoberta e da primeira operação bem-sucedida com lasers nos laboratórios em 1960.

 

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