O misterioso 3I/ATLAS revela a 12ª anomalia — jatos mantêm orientação apesar da rotação
As observações mais recentes do instrumento 3I/ATLAS revelaram que os jatos ejetados pelo objeto mantêm uma orientação definida por distâncias superiores a um milhão de quilômetros, sem apresentar o desfoque esperado da rotação medida meses antes.
Essa discrepância constitui a décima segunda anomalia documentada — um indício adicional de que o comportamento do objeto não se encaixa nos modelos cometários convencionais e continua a representar desafios significativos para sua interpretação.
Rotação conhecida e o problema de apagamento direcional

Os primeiros dados obtidos em julho e agosto de 2025 estabeleceram que o cometa 3I/ATLAS gira com um período de 16,16 horas. Esse valor era consistente e, em princípio, suficiente para prever como os jatos produzidos pela sublimação natural de voláteis deveriam se comportar. Em um cometa típico, um jato originado em uma região localizada da superfície acompanha a rotação do núcleo e, ao longo de dias e semanas, projeta-se formando um rastro amplo — o chamado efeito de apagar direcional.
No entanto, as imagens recentes não mostram esse padrão: os jatos do 3I/ATLAS parecem estreitos, longos e orientados em uma direção quase fixa, sem sinais claros de mistura ou dispersão angular. A análise parte de um cálculo simples: com velocidade típica do material ejetado em torno de 400 m/s, um jato pode levar cerca de um mês para percorrer a distância observada — tempo suficiente para que o núcleo complete dezenas de rotações e gere uma ampla dispersão direcional.
A ausência desse efeito é a base da anomalia. Imagens obtidas semanas após as medições iniciais de rotação deveriam, portanto, registrar o efeito cumulativo da rotação contínua; em vez disso, revelam linhas retas e nítidas que desafiam expectativas.
Hipóteses propostas para resolver a discrepância

Diversos cenários teóricos foram considerados para explicar por que os jatos não parecem desaparecer:
- Mudança de rotação: uma variação do período rotacional poderia explicar a discrepância, mas autores observam que a torção causada por emissões gasosas assimétricas tende a acelerar a rotação em muitos casos, não reduzi-la — tornando improvável uma desaceleração genuína sem mecanismo adicional.
- Efeitos de geometria solar local: a luz solar poderia criar condições específicas em cavidades superficiais, desencadeando jatos que só emergem em ângulos determinados. Embora plausível em certos cenários, essa explicação falha ao justificar jatos que apontam na direção oposta ao Sol, cujo surgimento exigiria mecanismos adicionais não observados em cometas usuais.
- Vestígios de fragmentos: os jatos poderiam ser resquícios de fragmentos ejetados que se movem independentemente da rotação do núcleo. Esse modelo implicaria uma fragmentação anterior; contudo, as imagens atuais não mostram sinais claros de desintegração estrutural, e a regularidade direcional dos jatos sugere sim uma origem estável, não um processo caótico.
- Propulsão direcionada (hipótese especulativa): em caráter exploratório, foi proposta a possibilidade de algum tipo de propulsão direcionada gerando jatos com orientação constante independentemente da rotação. A hipótese é explicitamente especulativa — não uma conclusão — e serve para ilustrar que, se mecanismos naturais se mostrarem insuficientes, possibilidades menos convencionais entrarão no campo de análise.
Uma anomalia em uma lista cada vez mais complexa

Essa orientação estável dos jatos integra uma série já documentada de anomalias. Entre as onze anomalias prévias relatadas estão a chegada retrógrada alinhada com o plano dos planetas, a presença de um jato direcionado para o Sol, uma massa estimada muito maior do que a de outros objetos interestelares conhecidos e composições químicas atípicas em relação aos modelos-padrão. Outros fenômenos incluem polarização negativa extrema, coincidências direcionais improváveis, aumentos de brilho mais rápidos do que o esperado no periélio e a coexistência de jatos solares e antissolares, que exigiriam uma área ativa gigantesca.
Além disso, a aceleração não gravitacional detectada em 3I/ATLAS sugere a evaporação de uma fração considerável de sua massa — um processo que, em cometas típicos, costuma envolver fragmentação detectável, algo que observações anteriores não confirmaram. Essa tensão persistente entre dados e teoria reforça a necessidade de investigar em detalhe as propriedades físicas dos jatos para avaliar se enquadram nos modelos existentes ou apontam para mecanismos ainda não descritos.
Perspectivas e medições futuras: o que está em jogo

Segundo o autor, a avaliação final dependerá de medições precisas dos valores de velocidade, composição e fluxo de massa dos jatos, bem como de um período de rotação atualizado. Se esses parâmetros baterem com a sublimação natural de voláteis, as anomalias poderão ser reconciliadas com a física cometária conhecida. Caso contrário, a hipótese de uma origem incomum torna-se cada vez mais relevante.
As observações continuarão a fornecer dados nas próximas semanas, e a décima segunda anomalia — centrada na orientação não apagada dos jatos — tornou-se um ponto central para entender a verdadeira natureza do objeto. O comportamento de 3I/ATLAS desafia explicações simples e mantém aberto um debate que poderá ser transformado pelas próximas campanhas observacionais e análises espectroscópicas.
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